Laços familiares e espirituais
Certamente, você já se pegou pensando e comparando como diferem a simpatia e afinidade entre você e outras pessoas de sua família.
Não é algo difícil ou anormal que isto ocorra, já que convivemos com diversas pessoas diferentes, com suas diferentes personalidades, gostos, costumes e manias. Tem os que fazem coisas que gostamos ou que gostam das mesmas coisas que nós, e aqueles dos quais não suportamos nem um "trejeito". Na maioria das vezes não sabemos explicar o porquê dessas diferenças, muitas vezes GRITANTES!
Acontece em casa e também fora dela, no trabalho e em outros locais que frequentamos.
Porém, é no lar, que há mais dificuldade em "engolir" a raiva, o orgulho, o egoísmo e tantos outros sentimentos que sentimos diante de ações e reações. Fora de casa, muitos querem preservar a "imagem" boa, culta e serena, mesmo que, por dentro, esteja um turbilhão de emoções.
Mas é só chegar em casa e despejar tudo o que ficou guardado durante o dia inteiro... E quem estiver ali, vai ouvir, sentir e se magoar. A não ser que quem estiver ali também, também resolva despejar os seus “lixos” acumulados de um dia todo... e daí virou uma mistura de sentimentos pesados, pensamentos negativos e pessoas que deveriam se ajudar, se “machucando” emocionalmente.
Sabemos que, na maioria das vezes, é no seio familiar que reencarnam pessoas que já fizeram parte de nossa família em outras vidas, das quais temos muito a resgatar e a quitar débitos; que esse é um dos nossos desafios enquanto estivermos aqui; mas acabamos pecando justamente nisso! E é quando perdemos tempo dessa oportunidade única que recebemos. E, além de afetarmos o nosso progresso, acabamos por influenciar negativamente no progresso de nossos familiares, ou seja, uma dupla “agressão” ao que estava programado, da qual a responsabilidade também é nossa.
Sem contar as formas-pensamento negativas, que se acumulam no ambiente do lar, que deveria ser um ambiente de harmonia e um repositório de energias salutares para quando retornamos.
Realmente, estar aqui tem seus momentos bons, mas, em sua maioria, é repleto de desafios e dificuldades, e cabe à nós um exercício diário de paciência e tolerância. Somos Espíritos ainda errantes e, em nossa família, vamos ter laços espirituais de muitas vidas com alguns, mas não com outros. Temos, geneticamente, laços corporais advindos da hereditariedade possibilitada por nossos pais, mas os laços espirituais só serão criados com amor, resiliência e humildade.
O orgulho está em nós, em diferentes níveis – uns mais, outros menos – e “engoli-lo” não é uma tarefa fácil, mas não é impossível.
- Reflita e repense o que você pode melhorar em suas atitudes no dia a dia, se for necessário, anote;
- Coloque todos os dias como meta diária, a tolerância e engolir certas respostas que anteriormente magoariam o outro. O dia de começar e recomeçar é sempre HOJE;
- Faça ao final do dia uma reflexão¹, como um check list de em quais pontos você pode ter magoado ou ferido alguém.
Se você leu até aqui, possivelmente tem um embasamento religioso ou moral e para você ficará mais fácil entender e colocar em prática do que para as outras pessoas de sua família ou de seu convívio. Dessa forma, pode-se considerar que a sua responsabilidade é ainda maior perante o seu progresso e aos dos demais e, sem dúvida, o exemplo que você vai representar, será o melhor aprendizado e “espelho” para que outros melhorem.
Com votos de felicidade, tolerância e aceitação.
Equipe CEIL.
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¹ LIVRO DOS ESPÍRITOS (Questão 919) – Santo Agostinho:
“Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu interrogava minha consciência, passava em revista o que fizera, e me perguntava se não faltara algum dever, se ninguém tinha nada a lamentar de mim.”
Estava dada a receita da espiritualidade prática e eficaz para melhorar já nesta vida: conhecer a si mesmo examinando a consciência.
Ele sugeriu que colocássemos para nossa reflexão ao menos cinco questões, a saber:
1) “Perguntai-vos o que fizeste e com qual objetivo agistes em tal circunstância”.
2) “Se fizeste alguma coisa que censurais em outrem”.
3) “Se fizeste alguma coisa que não ousaríeis confessar”.
4) “Se aprouvesse a Deus me chamar neste momento (em que estou lendo está página), reentrando no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, eu teria o que temer diante de alguém?”.
5) “Examinai o que podeis ter feito contra Deus, contra vosso próximo, e enfim, contra vós mesmos”.