“Quando o mundo inteiro está em silêncio, uma voz pode se tornar poderosa” (Malala Yousafzai)
Na questão 932 do Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona: “Por que, no mundo, os maus, tão frequentemente, sobrepujam os bons em influência?” Eis que os Espíritos respondem: “Pela fraqueza dos bons; os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, dominarão.”
Atualmente vivemos dias tenebrosos em várias partes do planeta Terra, somos bombardeados de notícias tristes e violentas. Observamos em um canto fome e miséria; em outro canto “guerreiros” de uma “guerra” (nada “santa”) causarem barbáries a milhares de pessoas; naquele outro a corrupção responsável por deixar escorrer pelas mãos o que resta da dignidade de algumas nações; em outro ainda observamos a falta de segurança, gerada pelas más condições de sobrevivência.
Nesse “fogo cruzado” o que fazemos? (e não digo aqui que nos enquadramos na classificação de “bons”, mas apenas de espíritos encarnados e participantes nos destinos deste orbe). A resposta é clara: cruzamos nossos braços na grande maioria das situações. Por que fazemos isto? Ora, porque é muito cômodo, quando os acontecimentos não afetam nossa vida cotidiana. Acordamos, vivemos o dia, deitamos, dormimos, e com certeza nos esquecemos que o “mundo” precisa muito de nós: das nossas orações diárias. Orações essas, que muitas vezes esquecemos de fazer, cansados do nosso atribulado dia.
Passamos a vida calados, diante da própria vida, os acontecimentos ocorrem, tratamos com desdém nosso próximo (não tão próximo), deixamos passar oportunidades em sermos transformadores do mundo em que vivemos, fechamos a boca, o coração, a mente, o espírito. Ou seja: não tomamos atitude para nada.
Não estamos aqui para “comprar” todas as “brigas”, mas estamos aqui para fazer a diferença. Precisamos mostrar nossa insatisfação diante daquilo que nos desagrada e principalmente desagrada o coletivo em que vivemos. Quando aprendermos a “falar” o que pensamos sem as amarras das ideologias, poderemos dizer que somos espíritos em evolução. Quando pudermos realizar e ajudar na transformação desse planeta, estaremos prontos a “herdá-lo” como nossa verdadeira morada. Quando (ainda que não “bons”) não nos calarmos diante do “mal”, mais perto Daquele que nos criou estaremos.
Lutemos o “bom combate” diário, oremos por este planeta e por nossos irmãos que sofrem das mais variadas mazelas, nos desapeguemos dos pieguismos e hipocrisias que estamos acostumados, a nós cabe uma pequena parte do “fazer” um mundo melhor, mas se não a fizermos, será uma falta muito grande para nosso íntimo.
Uma semana de sinceridade no coração.
Equipe Recanto do Saber