"DAQUI SÓ SE LEVA O AMOR..."
Quem de nós nunca se questionou o que acontece quando desencarnamos: para onde vamos, o que seremos, será que reencontraremos nossos conhecidos ou ainda, o que podemos levar dessa vida?...
Há ainda quem pede para ser enterrado com a sua melhor vestimenta ou ainda que coloque em seu túmulo alguns pertences , os quais considera de importância e de grande valor.
Outros ainda, julgam e buscam coisas infindáveis para encontrar a felicidade, enaltecidos de ódio, orgulho, mágoas, preconceitos, materialismo, consumos excessivos e tantos outros excessos cometidos, na ilusão de que dessa vida levaremos muitas coisas, ou seremos donos do que aqui conquistamos.
Rejeitamos as coisas simples, complicamos as situações, buscamos modificar o mundo, desejamos que as pessoas que amamos possam mudar isso ou aquilo, colocamos a culpa dos acontecimentos em Deus, no mundo, ou em alguém. E quando a culpa é nossa, arrumamos milhares de desculpas/justificativas.
Porém, será que realmente, nutrindo demasiados sentimentos e comportamentos, conseguimos ficar perto de quem gostamos; aproximamos pessoas e apaziguamos tantas confusões e complicações que nos deparamos diariamente?
Será que é dessa forma que conseguiremos o que realmente queremos e precisamos para sermos verdadeiramente felizes?
Para respondermos as perguntas do início, não há complicação, basta apenas refletirmos sobre o que realmente somos, sentimos e fazemos. Se somos seres espirituais vivenciando um momento material, não é lógico pensar que, ao desencarnamos, levaremos coisas materiais conosco. Porque alguém que, enquanto reencarnado buscava bens materiais, nutria sentimentos raivosos, com desejo de vinganças e conquistas materiais excessivas, ao desencarnar não vai “virar santo”, uma vez que lá continuamos sendo o que aqui éramos.
O que “morre” é o corpo físico, e não os sentimentos, pensamentos, desejos e o que adquirimos em conhecimento.
Mantemos a procura pelas mesmas coisas que enquanto encarnados tínhamos, se aqui possuímos o vício pela sexolatria ou por cigarro, por exemplo, ao desencarnar continuaremos sentindo a necessidade de alimentar tal desejo que nos proporciona tanto prazer. E buscamos sim, formas de nutrir essa falta, para que possamos nos sentir bem.
Mas se aqui buscamos compreender o outro e as situações, lutamos por ideais que libertam as pessoas de paradigmas e conceitos infindáveis, se apaziguamos e aceitamos o outro independente do que ele é, tem ou possui, e incomparavelmente o que nutre a vida é o amor, estaremos com quem mais amamos, e com luta e esforço teremos o que realmente precisamos durante a passagem por essa encarnação.
Que no ano que se inicia possamos refletir sobre a importância do amor, do verdadeiro amor.
Não somente aquele da literatura e dos romances, mas o amor que não vê cor, credos, defeitos, religião, que aproxima etnias, que cura a alma e cicatriza o coração. Aquele que independente da distância mantém vivo dentro de cada um sentimentos e momentos puros, e que ameniza magoas e rancores.
Que a mudança possa começar sem preconceitos ou justificativas, dentro de cada um de nós. E que nesse ano, o amor possa estar a cima de cada meta desejada, de cada objetivo que se busca alcançar. Porque quando se faz, se busca e se acredita por amor, tudo realmente pode acontecer.
“Vamos amar no presente, Vamos cuidar mais da gente, Vamos pensar diferente porque Daqui só se leva o amor”. (Rogério Flausino)