Fazer o bem ou não fazer o mal?
Muitos já ouviram falar que é preciso ser bom, que é preciso fazer o bem e não praticar o mal...
Porém, o bem está se tornando uma palavra comum no nosso dia a dia, fazendo com que constantemente o homem moderno encontre sempre algum motivo para recusar o pleno exercício do bem, confessando ser incapaz para esta prática, ora alegando cansaço, falta de tempo, ora se justificando, dizendo que é muito difícil, ou que é melhor esperar uma oportunidade melhor.
“Porque o mal se encontra na natureza das coisas?” pergunta Kardec.
E os espíritos respondem: "Os espíritos foram criados por Deus, simples e ignorantes. Deus deixa a escolha do caminho ao homem, tanto pior para ele se seguir o mal, sua peregrinação será mais longa."
Com base nessa explicação podemos enumerar algumas causas da maldade que mais se destacam no cenário atual, tais como: desequilíbrio econômico, a injustiça das leis, os preconceitos sociais, os vícios morais, a educação falseada, os desregramentos na conduta familiar e principalmente pelo materialismo.
O materialismo gera egoísmo e orgulho, e a partir daí tudo pode se desencadear para a maldade...
André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier, dizia que o mal não merece comentário, que não devemos perder tempo falando dos maus acontecimentos. Porque isso traz perturbação à mente fazendo com que despejemos ondas vibratórias negativas no ambiente.
O que é preciso é fazer o bem, nos limites das nossas próprias forças, pois cada um de nós responderá por todo mal que tiver acontecido por causa do bem que deixou de fazer.
O mérito do bem será sempre relativo a sua dificuldade, ou seja, haverá menos mérito em fazer o bem quando este não lhe custar nada. Portanto haverá maior valor em doar aquilo que te custar algo, do que doar aquilo que tens de sobra.
Diante do bem e do mal, não devemos perder tempo, o certo é praticar o bem, apesar que a prática do bem não nos isentará de enfrentar o mal, mas teremos a consciência tranquila, paz e paciência para essa luta silenciosa, mas vitoriosa.
Mas também cabe fazermos a seguinte reflexão:
Você se considera uma pessoa que se esforça para ser uma pessoa de bem?
Antes que responda, vejamos alguns aspectos que caracterizam o homem de bem, encontradas no Evangelho Segundo o Espiritismo.
“O verdadeiro homem de bem é aquele que cumpre a Lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza.
Se interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si perguntará se violou essa Lei, se não praticou o mal, se fez todo bem que podia. Enfim, se fez a outrem tudo que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos.
Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si. É para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não odeia ou persegue aos que como ele não pensam.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda em evidencia-los.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combate-las.
Todos os esforços emprega para poder dizer no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem ao seus talentos às custas de outrem.
Não se envaidece das suas riquezas, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo que lhe foi dado, pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá que prestar contas.
Se a ordem social colocou sob seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscientemente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos dos seus semelhantes como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem, mas aquele que se esforce por possuir as acima mencionadas, no caminho se acha que a todas as demais conduz.”
Que possamos refletir sempre com mais discernimento sobre como estamos nos comportando com os acontecimentos da nossa vida, e sobretudo se estamos aplicando os ensinamentos da doutrina na nossa prática diária.
Equipe CEIL Recanto do Saber.