Turbulências da Alma
Todos os dias buscamos motivos e motivações que nos tragam paz, tranqüilidade, retornos agradáveis e, a tão almejada, felicidade.
Porém muitas das turbulências começam a nos assolar no momento em que abrimos os olhos, logo quando acordamos. Sejam das mais múltiplas preocupações: financeiras, saúde, problemas de relacionamentos, conflitos internos e interpessoais, autoaceitação e por ai vai, é uma infinidade de desafios diários, cobranças, caminhos e histórias a serem percorridos, sentimentos a serem vencidos e mágoas por serem sanadas.
Sim! Tudo isso depende de nós, do esforço diário e do quão damos importância a cada coisa, a cada momento, a cada pessoa, a cada sentimento e a cada oportunidade. Nada na vida se resolve com apenas um ponto de vista, um lado.
As situações e sentimentos se tornam turbulências quando nos deixamos ser controlados pelo momento atual, quando criamos “pré-conceitos”, quando nos fechamos dentro da intolerância e padrões, quando assolamos e maltratamos nossa alma e coração, alimentando sentimentos que vão de encontro com “os atrasos e percalços da vida”.
Sempre ou em muitas ocasiões, visualizamos esses percalços que a vida nos surpreende, de forma negativa, alimentamos ódios, rancores, melindres, chateações, nos afastamos do motivo pelo qual reencarnamos e acabamos não percebendo ou não sabendo aproveitar cada oportunidade que a vida nos oferece, cada ajuda espiritual ofertada. E é aí que as turbulências se instalam e corroem a nossa alma.
Tudo depende de como encaramos, como alimentamos o que vemos, ouvimos, passamos. Tudo depende se será uma oportunidade ou se se instalará como um sentimento a nos corroer. Quem nunca se decepcionou, foi surpreendido por notícias desagradáveis, perdas inesperadas ou ainda doenças que restringem e maltratam?
A vida é uma luta sem fim, mas às vezes digladiamos demasiadamente com ela, nos afastamos das pessoas amadas, deixamos a culpa nos assolar (ou ainda nem nos sentimos culpados) e não percebemos que a correria do dia a dia, cada vez mais, nos impedem de nos percebemos como realmente estamos.
O que determina a intensidade das turbulências são as nossas escolhas.
O que estamos escolhendo diariamente?
Encontrar a felicidade plena é um estado da alma, advinda nas nossas escolhas e, consequentemente, dos sentimentos. Quando ficamos ressentidos após uma briga, uma perda, uma traição, somos afetados por um turbilhão de emoções, alimentados pelo nosso ego, advinda do nosso orgulho, fatores esses que potencializam os desafetos da vida, o surgimento das doenças (que se instalam inicialmente no perispírito) eclodindo no corpo físico.
Quando não damos valor as boas chances/momentos/oportunidades da vida, quando não deixamos o amor falar mais alto, somos avassalados por uma enxurrada de sentimentos, como: a ansiedade desenfreada, a intolerância, o melindre, as mágoas, a raiva contida e o querer sempre do seu jeito, que acarretam em dor e sofrimento. E é aí, que as turbulências afetam a alma, destroem relacionamentos, trabalho, caminho e a marcha evolutiva.
Em Joao (14.1), Jesus disse: “não se turbe o vosso coração, crede em Deus...”, chamando a nossa atenção para não nos perturbarmos mais diante dos conflitos e preocupações da vida.
A chave para amenizar esse processo está dentro de cada um de nós: o autoconhecimento.
Conhecer o que nos incomoda, as limitações do nosso livre arbítrio, controlar as paixões e vícios desenfreados e vencer o orgulho.
Travar uma batalha de esforço, compreensão, amor e conhecimento é aproveitar e respeitar o processo evolutivo e um sinal de autoamor.
Que possamos fazer um “check list” dos desgostos, descontentamentos, raivas, mágoas... diariamente, pedindo e buscando amparo espiritual em cada momento doloroso e de conquistas. Que o ato de amar e agradecer possa estar presente como regra e condicionamento diário, diminuindo angústias, aflições e deixando a alma livre para ser feliz.
Equipe CEIL Recanto do Saber.