Preconceito é falta de amor
Por muitos séculos os seres humanos têm se escravizado uns aos outros baseados em um "PRÉ CONCEITO" equivocado de que os “melhores” escravizam os “piores”. Houve a abolição da escravatura, mas o preconceito não foi extinto, pois a lei “proibia” apenas o ato de escravizar e não tinha poder sobre o sentimento de superioridade em relação ao outro. Existia e continua existindo uma quantidade expressiva de pessoas que se julgam melhores e superiores aos “escravizados” e se conceituam desta forma porque possuem bens materiais e pequenas diferenças físicas, como tipo físico ou cor da pele. Hoje, teoricamente, não temos mais escravizados no trabalho forçado, porém existem milhares de pessoas escravizadas pelos mais diversos preconceitos. Xenofobia, gordofobia, homofobia, misoginia e tantos outros foram nominados, mas geralmente quem pratica a discriminação nem sabe o que significa. Nem sempre o preconceituoso tem clareza sobre os seus atos, há muitos preconceitos “permitidos” pela sociedade, que são inclusive ensinados de geração em geração. Geralmente, o preconceito está relacionado ao que pensamos em relação ao outro, ou a escala em que o colocamos, como se tivéssemos o direito de fazer isso. Parece que elencamos “defeitos” alheios como se fossem “itens” que serão “somados” para decidir se iremos ou não nos relacionar com esta ou aquela pessoa. Obviamente esse raciocínio é muito rápido, tão rápido que não percebemos que fizemos essa seleção. Normalmente, usamos expressões como: “não fui com a cara daquela pessoa” ou “não gosto do jeito dele(a)” ou “se fulano(a) frequenta tal lugar, não pode ser confiável” ou “já viu com quem ele(a) anda?”.
Percebam que “mascaramos” nossos preconceitos, provavelmente, porque acreditamos ser um defeito e pessoas preconceituosas acreditam que são perfeitas. Quando nos achamos melhores ou superiores a alguém estamos demonstrando nossa falta de amor ao próximo e perdendo oportunidades de convivências edificantes ao lado de irmãos que, com certeza, podem nos ensinar muito a respeito do verdadeiro amor. Se reconhecer preconceituoso é um passo difícil, porém extremamente importante para quem deseja evoluir e seguir os ensinamentos de Jesus. No Evangelho Segundo Espiritismo, cap XI, temos a oportunidade de aprender sobre o maior mandamento: “Os Fariseus, tendo sabido que ele tinha feito calar a boca aos Saduceus, reuniram-se: e um deles, que era doutor da lei, veio lhe fazer esta pergunta para o tentar: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito: é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos. (São Mateus, cap XXII, v.34 a 40).” Como poderemos praticar esse mandamento enquanto acreditarmos que há no mundo pessoas “inferiores” a nós? As diferenças entre nós, não podem e nunca poderão ser determinantes sobre o caráter ou a conduta de alguém. Nos ofendemos quando somos julgados por nossos irmãos e essa “afronta” deve servir de alerta quando tivermos vontade de fazer o mesmo. Precisamos criar o hábito de refletir sobre nossas condutas diárias e fazer as correções necessárias, assim como não queremos sofrer injustiças também não temos o direito de cometê-las. Somos todos filhos do mesmo Deus, criados à Sua imagem e semelhança, portanto somos todos iguais, possuímos pequenas diferenças para que aprendamos a respeitar e amar ao próximo como a nós mesmos. O preconceito fere as leis de amor ensinadas por Jesus. Precisamos entender que todas as vezes que ferimos alguém com nossas atitudes preconceituosas abrimos feridas que podem nunca cicatrizar. Um único comportamento equivocado pode pôr em risco uma encarnação. Devemos continuar praticando os ensinamentos que nos traz O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam porque é a lei e os profetas."(São Mateus, cap VII, v.12) Após todos os ensinamentos que temos recebido ao longo dos séculos temos a obrigação de começarmos a nos curar e, um passo importante é reconhecer nossas falhas em relação aos nossos irmãos. É tarefa dolorosa, requer vontade, dedicação, muito esforço e praticar diariamente. A recompensa do nosso esforço está na paz que ele produz quando nos libertamos de atitudes prejudiciais. Precisamos fazer isso por nós e por nossos irmãos, todos precisam e merecem ser amados. Que tenhamos sempre o discernimento necessário para nos autoavaliar e corrigir nossos enganos. Que possamos sempre manter a conexão com os ensinamentos de Jesus e nos libertarmos dos nossos vícios. Muita paz a todos.
Equipe CEIL Recanto do Saber.
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